Partindo da premissa de que tudo em um porto é grande, no porto do Pecém, no Ceará, é maior. É que do porto foi criada uma enorme expectativa de desenvolvimento do Estado e do Nordeste como um todo. Suas perspectivas são da geração de riquezas, eis que por lá já passam números que deixam o Ceará na dianteira nacional de exportação de frutas e calçados. Na verdade, o Terminal Portuário do Pecém não erra quando afirma no seu slogan: Crescendo junto com o Ceará.
Privilegiado em sua localização, o porto do Pecém tem também a seu favor, estar praticamente à margem da BR 222 que liga o Ceará aos Estados do Norte e a uma distância pequena da BR 116, à qual se liga por uma CE e o Anel Viário de Fortaleza que fica perto, mas não sofre com o bulício de um porto para onde convergem um mundo de necessidades que vão sendo resolvidas no próprio berço de atracação das pessoas, como casa, hotel, restaurantes, enfim, o básico para uma sobrevivência com a dignidade que de todos precisamos.
O Pecém lidera as exportações brasileiras de frutas, calçados e, por incrível que pareça está muito perto de também liderar o mercado de carnes. Conquistados pela Gerência Comercial do Porto e por operadores do sistema portuário, exportadores de carne de Tocantins, que antes trabalhavam com o Porto de Santos, hoje mandam seus produtos pelo Ceará, pelo Pecém que, por ser uma Sociedade de Economia Mista, pode negociar preços a partir do barateamento de seus custos operacionais.
Enxuto, o Pecém não tem mais que uma centena de funcionários, incluindo aí sua diretoria. É uma folha que não chegará a R$ 400 mil. Mas o Pecém, tem outros 500 trabalhadores de operação, todos eles empregados dos credenciados, que vêm a ser as empresas que operam o sistema como um todo. Seriam os permissionários, como tratamos no dia a dia. Uma empresa opera as máquinas que carregarão os contêineres, outra aluga o chão que vai armazenar as cargas e assim ocorrem todos os segmentos, gerenciados pelo Pecém.
Como nem só de bens industrializados vivem exportações e importações, o Pecém em seus seis berços da atracação tem um reservado só para um navio, o Golar Spirit, que vai ficar parado ali por pelo menos 10 anos. Lá, o navio recebe gás liquefeito que é transformado em gás gasoso e servido às indústrias que já estão ao seu redor. Além dos exportadores que vêm do Maranhão à Bahia usarem o porto, várias empresas localizadas na planta do Complexo Industrial do Pecém também estão mandando suas produções por lá.
Por conta desse crescimento, o Governo do Estado está gastando R$ 430 milhões no TMUT- Terminal de Multi-Utilidades. Constrói mais mil metros de proteção ao cais, e tem em fase de teste, uma esteira com nove quilômetros de extensão, sete dos quais off shore a um custo aproximado de R$ 140 milhões. São esteiras especiais para minérios e carvão. Esta semana, anuncia o Governo do Ceará, deverá ser publicado o edital para abertura de concorrência pública que levará à construção de uma nova ponte, ao lado dá já existente com 1560 metros de extensão.
Serão novos berços de atracação, estes com 17 metros de profundidade um calado que resolve o problema de recebimento de grandes navios, estes cada vez maiores na navegação de longo curso. Em face disso estão sendo construídos, também off shore, um pátio de acomodação de carga com 87 mil metros quadrados, praticamente o dobro do que hoje existe. As 588 novas tomadas para ligação de contêineres, se juntarão 1008 já existente no pátio original que é servido por dois galpões de inspeção de produtos e animais e que são utilizados pelas receitas do Estado e Federal.
A Secretaria de Infra Estrutura do Estado, à qual o Porto do Pecém é subordinado, diz que vai gastar algo em torno de R$ 610 milhões nas obras dessa ponte nova. A ideia é que as propostas nacionais sejam recebidas até o dia 22 de junho deste ano. Um novo pátio para a navegação de cabotagem, que em razão do Mercosul se estende aos países membros está sendo construído com piso intertravado. Segundo a presidência do Porto do Pecém, em agosto, tudo isso será inaugurado; - O Governador nos deu a missão e nós estamos cumprindo.
Jornal O Estado
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